quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

SÓCRATES



            Sócrates nasceu em Atenas por volta de 470 a.C, é de origem humilde, filho de um escultor, Sofronisco e de uma parteira, Fenareta. Sócrates era criticado e combatido por alguns, que via ele como uma ameaça para as tradições da polis e pernicioso à juventude, porém era admirado e enaltecido por outros, particularmente pelos jovens.    Seu objeto principal de investigação era o homem e seu comportamento. Interessava-se por assuntos humanos, reconduzindo a sabedoria a uma investigação sobre a vida e os costumes, os bens e os males humanos. Conduzia a dois objetivos: contemplar Deus e subtrair a alma à dominação dos sentidos, sendo essa alma, segundo ele afirmava, imortal, porque tudo é imortal em essência. Não levava em conta fatores de natureza social e econômica. Acreditava que o melhor modo para as pessoas viverem era se concentrando no próprio desenvolvimento ao invés de buscar a riqueza material e que a virtude era a mais importante de todas as coisas. Para Sócrates, a Filosofia não é uma profissão e sim “um modo de vida”, mostra-nos que o exercício do filosofar é, essencialmente, o exercício do questionamento, da interrogação sobre o sentido do homem e do mundo
            Sócrates atribuía uma enorme importância ao diálogo na procura do saber, desprezando o papel da escrita. Através do diálogo pretendia não apenas despertar as consciências para a questão do saber, mas também ajudá-las nessa busca. Afirmava que sua sabedoria era limitada a sua própria ignorância, “só sei que nada sei”. Ele acreditava que os atos errados eram conseqüência da própria ignorância. O método socrático constituía-se de duas partes: a primeira, a ironia mostrava os limites, as falhas, os preconceitos do pensamento comum, demonstrar ao indivíduo através de perguntas a sua ignorância, e a segunda, a maiêutica iniciava no processo de busca da verdadeira sabedoria. Numa situação de conflito e de incertezas o ironista, depois de realizar o exercício da desconstrução e da negatividade, deve ajudar as pessoas a darem a luz às verdades que, no entender de Sócrates, traziam dentro de si a totalidade do conhecimento. Ele dizia que praticava a mesma arte que sua mãe que era parteira, a arte maiêutica tinha as características da arte das parteiras, que fazem parir, mas a arte maiêutica faz parir ideias.
            Opunha-se à democracia que era praticada em Atenas durante sua época. Acreditava que a perfeita república deveria ser governada por filósofos. Acreditava também que os tiranos eram até mesmo menos legítimos que a democracia. Acabou sendo acusado de ateísmo e de corromper os jovens com a sua filosofia e condenado a morte. Aos 70 anos Sócrates diante dos amigos morreu envenenado.
             Platão na juventude tornou-se discípulo de Sócrates, com quem conviveu muitos anos. Após a morte de Sócrates ele compilou e continuou a doutrina de Sócrates. Os diálogos socráticos são uma série de diálogos escritos por Platão e Xenofonte na forma de debates entre Sócrates e outras pessoas de sua época; ou mesmo debates entre seus seguidores. A maioria dos diálogos aplica o método socrático: A República, Apologia de Sócrates, Críton, Fédon.

Referências
Ismael, J.C. (2004). Sócrates e a Arte de Viver: um Guia para a Filosofia no Cotidiano. São Paulo: Editora Ágora.

Marcondes, D. (2010). Iniciação á História da Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein (3a ed.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Meinberg, M. (2003). Sócrates: A Individualidade na Grécia. Revista Philosophica, 1(26), 1-11. Recuperado em 14 de fevereiro de 2012, de http://www.philosophica.ucv.cl/meinberg.pdf

Mendes, A.A.P., Borges, A.P., Leal, B.K.D.P., Kaminski, L.E., Santos, E.C., Marçal, J., Cardoso, J.V.H.F.O. (2006). Filosofia. Curitiba: SEED-PR.

Pessanha, J. A. M. (1987). Sócrates (J. Bruna, L. R. de Andrade e G. M. R. Strazynski, trads.). São Paulo: Nova Cultural.

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