Sócrates nasceu em Atenas por volta
de 470 a.C, é de origem humilde, filho de um escultor, Sofronisco e de uma
parteira, Fenareta. Sócrates era criticado e combatido por alguns, que via ele
como uma ameaça para as tradições da polis e pernicioso à juventude, porém era admirado
e enaltecido por outros, particularmente pelos jovens. Seu objeto principal de investigação era o homem e seu
comportamento. Interessava-se por assuntos humanos, reconduzindo a sabedoria a
uma investigação sobre a vida e os costumes, os bens e os males humanos. Conduzia
a dois objetivos: contemplar Deus e subtrair a alma à dominação dos sentidos,
sendo essa alma, segundo ele afirmava, imortal, porque tudo é imortal em
essência. Não levava em conta fatores de natureza social e econômica. Acreditava
que o melhor modo para as pessoas viverem era se concentrando no próprio
desenvolvimento ao invés de buscar a riqueza material e que a virtude era a mais importante de todas as coisas.
Para Sócrates, a Filosofia não é uma
profissão e sim “um modo de vida”, mostra-nos que o exercício do filosofar é,
essencialmente, o exercício do questionamento, da interrogação sobre o sentido
do homem e do mundo
Sócrates atribuía uma enorme
importância ao diálogo na procura do saber, desprezando o papel da escrita.
Através do diálogo pretendia não apenas despertar as consciências para a
questão do saber, mas também ajudá-las nessa busca. Afirmava que sua sabedoria
era limitada a sua própria ignorância, “só sei que nada sei”. Ele acreditava
que os atos errados eram conseqüência da própria ignorância. O método socrático
constituía-se de duas partes: a primeira, a ironia mostrava os limites, as
falhas, os preconceitos do pensamento comum, demonstrar ao indivíduo através de
perguntas a sua ignorância, e a segunda, a maiêutica iniciava no processo de
busca da verdadeira sabedoria. Numa situação de conflito e de incertezas o
ironista, depois de realizar o exercício da desconstrução e da negatividade,
deve ajudar as pessoas a darem a luz às verdades que, no entender de Sócrates,
traziam dentro de si a totalidade do conhecimento. Ele dizia que praticava a
mesma arte que sua mãe que era parteira, a arte maiêutica tinha as
características da arte das parteiras, que fazem parir, mas a arte maiêutica
faz parir ideias.
Opunha-se à democracia que era
praticada em Atenas durante sua época. Acreditava que a perfeita república
deveria ser governada por filósofos. Acreditava também que os tiranos eram até
mesmo menos legítimos que a democracia. Acabou sendo
acusado de ateísmo e de corromper os jovens com a sua filosofia e condenado a
morte. Aos 70 anos Sócrates diante dos amigos morreu envenenado.
Platão na juventude tornou-se discípulo de
Sócrates, com quem conviveu muitos anos. Após a morte de Sócrates ele compilou
e continuou a doutrina de Sócrates. Os diálogos socráticos são uma série de
diálogos escritos por Platão e Xenofonte na forma de debates entre Sócrates e outras pessoas
de sua época; ou mesmo debates entre seus seguidores. A maioria dos diálogos
aplica o método socrático: A República, Apologia de Sócrates, Críton, Fédon.
Referências
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(2004). Sócrates e a Arte de Viver: um Guia
para a Filosofia no Cotidiano.
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Marcondes, D. (2010). Iniciação á
História da Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein (3a ed.). Rio de
Janeiro: Jorge Zahar.
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(2003). Sócrates: A Individualidade na Grécia. Revista Philosophica, 1(26),
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Mendes, A.A.P.,
Borges, A.P., Leal, B.K.D.P., Kaminski, L.E., Santos, E.C., Marçal, J.,
Cardoso, J.V.H.F.O. (2006). Filosofia.
Curitiba: SEED-PR.
Pessanha, J. A. M. (1987). Sócrates (J. Bruna, L. R. de Andrade e
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