quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

ARISTÓTELES


Aristóteles, nascido na antiga Estágira, na Macedônia, em 384 a.C., foi transferido para Atenas com dezoito anos, onde se tornou discípulo da Academia de Platão. Após a morte do mestre, seus pensamentos tomam novos rumos, partindo de críticas ás filosofias dos pré-socráticos e platônica. Tinha interesse pela pesquisa empírica e por questões biológicas, gostava de dar aulas caminhando, originando a “escola peripatética” (de “peripatos”, o caminho). Foi fundador da escola Liceu, e também preceptor de Alexandre. Faleceu em Cálcis, em 322 a.C.
Contrário ao dualismo de Platão, Aristóteles foi responsável por uma redefinição da filosofia. Devido à dificuldade de explicar a suposta relação entre mundo sensível e inteligível, com base na teoria das ideias, em que a relação pode ser interna, quando existem elementos comuns, implicando em uma natureza comum e, por conseguinte, em uma relação não problemática, ou externa, quando as naturezas são distintas e não há elementos comuns, e a relação então é feita por um ponto externo que serve de elo, e que vai sempre precisar de um outro ponto externo para ser relacionado, tornando-se uma relação problemática, que vai precisar de um numero infinito de pontos, consistindo no paradoxo da relação, em que, ou relação é interna e não há problemas e que implica em um dualismo, ou é externa e problemática.
Aristóteles então levanta a concepção de real, substância individual (synolon), como ponto de partida da sua metafisica. Os indivíduos seriam constituintes da realidade, evitando o dualismo, e seriam compostos de matéria (hyle), principio de individuação, e forma (eidos), maneira como a matéria se organiza, e somente no intelecto humano seria possível separar a matéria da forma, pela abstração, de modo que as formas não existem em um mundo inteligível independente do mundo dos objetos. Assim afirma Marcondes (2010):
 A ideia de homem é apenas uma natureza comum a todos os homens, não pode existir isoladamente. A ideia ou forma é um principio de determinação que faz com que um indivíduo pertença a uma determinada espécie. Porém, apenas as substâncias existem; se não existissem indivíduos, nada existiria, nem gêneros, nem espécies (p.72)
A existência da substancia individual vai influenciar na qualidade, quantidade e relações das outras coisas, ou seja, a causa de algo ser aquilo que é. A elaboração da teoria do ser, na metafisica de Aristóteles, tem três distinções: essência e acidente, aquilo que faz com que a coisa seja e as características mutáveis da coisa; necessidade e contingência, características essenciais, sem as quais as coisas deixam de ser o que são e as contingentes são variáveis; e ato e potência, em que uma coisa pode ser una e múltipla.
Outra critica de Aristóteles aos outros filósofos, foi o problema da Causalidade. Ele distingue as causas em quatro dimensões: formal, o que faz com que a coisa seja o que é; material, elemento constituinte da coisa; eficiente, agente de transformação da coisa; e a causa final, que seria a finalidade da coisa.
Na concepção do saber do sistema de Aristóteles, que estabelece a ciência como conhecimento do real, são buscados os primeiros princípios, a ciência do ser, as ciências que examinam o ser em movimento, o estudo do ser vivo, sensível e inteligente. Ainda constituindo esse sistema, inclui-se a ética e a politica, como saber prático, estabelecendo normas e critérios de boa forma de agir, e o saber produtivo, que consiste nos estudos de estética. Por fim, considera-se a lógica aristotélica, além do seu sistema, considerado um saber instrumental pressuposto por todos os outros saberes.
Referências
Marcondes, D. (2010). Iniciação á História da Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein (3a ed.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

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